Para Teixeira, que é professor e atual curador do Masp, a história pode ser considerada um tipo de literatura. "As versões da história, sejam elas escritas pelo sociólogo, pelo historiador ou pelo escritor de ficção, se complementam. Os melhores historiadores são grandes literatos, pois são quem melhor sabem contar uma história", declarou o autor
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Ainda segundo o autor, que leu trechos de seu livro "O homem que vive - Uma jornada sentimental", a veracidade dos fatos não é um dado objetivo. "Eu procuro a versão, e não a verdade. Aprendi que a melhor coisa a se fazer é colocar a verdade em discussão. É um ponto fundamental que sempre adotei".
O jornalista Edney Silvestre leu trechos de seu romance "A felicidade é fácil", que se passa nos anos do governo Collor. Segundo o autor, um período de "terror" para os brasileiros. "Além do desastre econômico protagonizado por aquela senhora que representava o presidente da república (referência à então ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello), tivemos acrescidas à inflação um nível de corrupção escancarada que ainda não se conhecia", disse o escritor em referência aos "escombros", que batizou a mesa.
Silvestre acredita que mesmo os fatos ruins são necessários para que a história não seja esquecida. "Devemos lembrar sim. É preciso. Os escombros têm essa função e devem permanecer. Ainda lembro como fiquei horrorizado com o que acontecia na época. Vi muita gente abandonando o Brasil em busca de sobrevivência. Eu preciso não esquecer disso".
Já o também jornalisra Marcelo Ferroni, que leu trechos de "Guerra de guerrilhas", o que definiu como uma biografia ficcional de Che Guevara. Misturano fatos históricos com acontecimentos reais, Ferroni contou que procurou "distorcer" a verdade.
"Ao mesmo tempo em que fiz muita pesquisa, comecei a inventar fatos, criar uma outra coisa em cima da verdade. Passei então a recontar um período na ida do guerrilheiro do ponto de vista do romance", revelou.
Texto original de G1.com
Imagem: Google imagens
Postado por Joice Ribeiro
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