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No dia 05 de agosto deste ano, aconteceu no auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a audiência pública sobre as instruções que regulamentará o Plebiscito no Pará, o qual consultará a população paraense acerca da divisão do Estado do Pará para a criação de dois novos Estados: Carajás e Tapajós. Neste dia foi determinada a data do Plebiscito para 11 de dezembro de 2011, sobre o qual os eleitores de todo o território paraense terão a oportunidade de responder sim ou não a duas perguntas: “Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado de Carajás?” e “Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?”.
No dia 05 de agosto deste ano, aconteceu no auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a audiência pública sobre as instruções que regulamentará o Plebiscito no Pará, o qual consultará a população paraense acerca da divisão do Estado do Pará para a criação de dois novos Estados: Carajás e Tapajós. Neste dia foi determinada a data do Plebiscito para 11 de dezembro de 2011, sobre o qual os eleitores de todo o território paraense terão a oportunidade de responder sim ou não a duas perguntas: “Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado de Carajás?” e “Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?”.
Os prós utilizam como justificavas a necessidade de desenvolver regiões “esquecidas” pelo poder público, quanto ao controle e a defesa efetiva do território pelo órgão nacional, assim como o desenvolvimento econômico destas regiões refletindo nas razões políticas e culturais (esta última ligada à identidade territorial), haja vista que nem todos se “sentem paraenses”, mas, tapajônicos, etc.
Os contras entendem que a criação dos Estados de Carajás e Tapajós imporá ao governo federal, pelos próximos 10 anos a descapitalização nos cofres públicos, haja vista, que terão que retirar alguns bilhões de reais a cada ano até os novos Estados terem autonomia econômica. Além disso, afirmam que quem ganhará serão os latifundiários, políticos corruptos (pois com a criação haverá a eleição para novos cargos políticos como governadores, senadores, entre outros) e empresas multinacionais protegidas pela Lei Kandir e Lei de Responsabilidade Fiscal, sobre as quais tiram dinheiro do âmbito social em proveito do capital financeiro. Defendem também que a solução não está na divisão do Estado do Pará, porém, na socialização de toda riqueza produzida de forma, que atenda a demanda social e econômica destas regiões “esquecidas” pelo poder público.
Estes argumentos são conhecidos por todos, no entanto, os 7.588,72 habitantes, conforme o Censo Demográfico de 2010, nos mostra a diversidade cultural do nosso Estado. Conhecido pelos ritmos populares, pela linguagem simples ou coloquial do povo paraense, que nos diferenciam do restante do país e principalmente pela comida tradicional. Quem nunca comeu açaí com farinha sem açúcar? Tacacá? Pato no tucupi? Quem nunca tomou um banho de rio ou igarapé e ouviu “estórias” de visagens, curupira, boto, entre outros?
Esses aspectos demonstram a dimensão simbólico-cultural do nosso Estado, que na minha visão nos une e separa, haja vista, que a população ribeirinha, tapajônica, entre outros, tem suas próprias especificidades culturais, assim como a população da capital. Entretanto, levando em consideração a desilusão desses indivíduos com os políticos que representam atualmente todo o Estado, por não atender as necessidades primordiais da população, reflete consequentemente na própria construção da identidade territorial pela emancipação e o desejo de um novo Estado que atenda suas exigências, ou melhor, insatisfações e necessidades, onde suas peculiaridades culturais poderão ser valorizadas (ver jingle em: http://migre.me/5toVJ).
Todavia acredito no multiculturalismo como algo positivo para manutenção da identidade paraense, porém, concordo que os debates em torno do desmembramento do Pará colocarão em “xeque” questões tão conhecidas por nós, ou seja, a má distribuição da riqueza pelo poder público no que se refere educação, saúde e a dimensão do sentimento de “ser” paraense que nos afastam e nos atraem como imã. Enquanto isso somos plateia do escândalo da ALEPA por escolhemos mau nossos representantes políticos.
O Pará já foi dividido
A discussão, em torno da divisão do Estado do Pará não é recente, pois no período colonial, o território que hoje conhecemos fazia parte de duas capitanias (Grão-Pará e Maranhão) e que posteriormente se separou do Maranhão. No entanto vale lembrar, o que valia naquele período como critério de divisão não pode ser utilizado como pretensões para o agora, pois há implicações que devem ser discutidas e avaliadas, conforme o contexto atual. Outro ponto importante é analisarmos como as mídias sociais se colocam perante este debate, pois elas funcionam como meio de manobra de decisão na hora da votação. Enfim espero que os leitores desta postagem deixem sua posição sobre o texto e comentem se são contra ou favor a divisão do estado do Pará.
Para mais informações sobre o assunto: SOUZA, Carlos Augusto da Silva; LOPES Maria Lúcia Bahia & BENTES Elizabeth dos Santos. A secessão nortista: aspectos socioeconômicos da redivisão territorial no estado do Pará: http://migre.me/5trCo
Postado por Débora Muniz
Google Imagens: http://migre.me/5tszF e http://migre.me/5tsRs
Pará separou-se do Maranhão. Amazonas separou-se do Pará, que também cedeu espaço ao Território Federal do Amapá, elevado a estado em 1988.
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