Filme: Táxi Driver
Diretor: Martin Scorsese
Ano: 1976
Elenco: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Peter Boyle e Harvey Keitel.
Um dos primeiros filmes de sucesso da parceria Scorsese - De Niro foi lançado em 1976, mas até hoje nos surpreende pela crueza da violência apresentada nas telas; conta a história de Travis Bickel, ex-combatente na guerra do Vietnã, solitário e sofrendo de insônia, que vai em trajetória descendente em direção a loucura e paranóia com o mundo ao seu redor.
A construção do personagem é incrivelmente sutil, porém poderosa, nos faz realmente ver o mundo do modo como Travis vê; a direção e o uso de câmera ajudam bastante nessa impressão, ao mostrar a câmera como os olhos do personagem em vários momentos, principalmente nas tomadas ao ar livre, da cidade enfumaçada, da prostituição que infesta as ruas e mesmo quando procura por uma janela ou uma pessoa, um olhar. Através do excelente uso da câmera como personagem, somos convidados a ser mais um passageiro no táxi de Travis, ele próprio sendo, além de motorista, um passageiro.
A fotografia é predominantemente vermelha o que combina horrivelmente com uma das cenas finais, a mais violenta de todo o filme, e com o comportamento irrequieto de Travis, que apesar de calmo externamente é profundamente agitado, cheio de questionamentos.
O personagem que vê o mundo ao seu redor como sujo, imundo e problemático, começa a se ver, aos poucos, como uma espécie de guardião que deve lutar contra esta sujeira e imundice do mundo, começa se armar e a se preparar para esta batalha que nem ele ao certo sabe contra quem.
Além do excelente roteiro e direção a atuação visceral de De Niro é crucial para que o personagem se torne este ser crível que poderia habitar em qualquer cidade grande de qualquer parte do mundo; em especial a famosa cena do “você está falando comigo, está falando comigo” e a cena em que Travis aparece com seu novo corte de cabelo moicano me dão arrepios... ele mergulha com tanta força e de forma tão absoluta em sua paranóia que chega a acreditar, e nos faz acreditar, que é capaz de tudo.
Na cena em que encarna totalmente a sua “missão” e procura concretizá-la, somos agraciados com uma das cenas mais violentas e cruas que eu já vi; Scorsese parece nos preparar o filme inteiro para o banho de sangue que esta cena nos proporciona, sem a válvula de escape musical que Tarantino utiliza, somente o som do disparo das armas, dos passos, dos gritos, a tensão e o choque que esta cena nos faz sentir, não envelheceu muito mesmo depois de quase 40 anos do lançamento do filme.
Altamente recomendado para os que ficam em Belém neste ultimo fim de semana de julho, facilmente encontrado em qualquer Fox.
por Ana Terra Batista; bolsista do CMA.
Não estão sendo feitas as postagem sobre nacionalismo:
ResponderExcluir- CARAMURU É O BRASIL?
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Abraço a Todos
Osvaldo Aires