Desejo, desespero e solidão (Paulo Coelho)
Cada ser humano vive seu próprio desejo; faz parte do seu tesouro, e, embora seja uma emoção que possa afastar alguém, geralmente traz quem é importante para perto. É uma emoção que nossa alma escolhe, e é tão intensa que pode contagiar tudo e todos a nossa volta.
Escolhemos a verdade com a qual pretendemos viver. Procuramos ser práticos, eficientes, profissionais. Sempre é bom poder escolher o desejo como companheiro. Não por obrigação, nem para atenuar a solidão, mas porque é bom. Sim, é muito bom.
O amor é uma das coisas capazes de mudar totalmente a vida de uma pessoa, de um momento para o outro. Mas existe o outro lado da moeda, a segunda coisa que faz o ser humano tomar um curso totalmente distinto do que havia planejado: chamava-se desespero. Sim, talvez o amor fosse capaz de transformar alguém, mas o desespero, transforma mais rápido.
Podemos tolerar uma semana de sede, duas semanas de fome, muitos anos sem teto – mas não podemos tolerar a solidão. É a pior de todas as torturas, de todos os sofrimentos. Os homens sofrem com este sentimento destruidor – a sensação de que ninguém nesta terra se importa com eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário